José Sócrates terá plantado conversas para descredibilizar investigação do caso ‘Face Oculta’, denuncia esta quarta-feira o ‘Correio da Manhã’.
De acordo com o ex-inspetor Teófilo Santiago, em excertos da publicação ‘Insubmisso’ – livro que vai ser apresentado esta quinta-feira na Feira do Livro de Lisboa -, houve uma “campanha suja”.
“Desde as hipotéticas violações do segredo de Justiça até às acusações gravíssimas sobretudo pela posição que os ‘agressores’ ocupavam na vida judicial e política, de que a equipa investigadora e os magistrados teriam agido na ilegalidade. Tudo disseram, sem qualquer espécie de travão. Acusaram-nos de ter feito ‘espionagem política’, seja lá o que isso for”, relata o ex-diretor da PJ de Aveiro.
Eduardo Dâmaso, jornalista e coautor do livro, recorda os esforços feitos para retirar José Sócrates do processo, considerando ter havido o mais grave ataque feito à separação de poderes em 50 anos de democracia. “A verdade é que neste caso não havia conspiração nenhuma – ou espionagem, como lhe chamaram figuras tão relevantes do PS, em particular o então ministro Vieira da Silva. Pelo contrário, parece ter havido espionagem contra os protagonistas da investigação e jornalistas”, recorda.
A condenação de Armando Vara – o ex-ministro foi condenado a uma pena de prisão de cinco anos no âmbito do processo Face Oculta, por três crimes de tráfico de influências, tendo sido libertado do Estabelecimento Prisional de Évora em outubro de 2021, após cumprir cerca de três anos, devido à aplicação das medidas excecionais relacionadas com a pandemia da Covid-19 – foi um sinal “de que a impunidade total nem sempre está assegurada e que ainda há gente com coragem e saber na defesa de alguns valores próprios do Estado de Direito Democrático”.
De acordo com a obra, o ex-primeiro-ministro soube que estava a ser escutado e planeou uma conversa plantada entre Rui Pedro Soares e Paulo Penedos. “Nesta conversa de forma inábil e atrapalhada tentaram desdizer e tirar credibilidade a dezenas de conversas, onde se referiam de forma clara e inequívoca à trama que estavam a urdir e aos objetivos a atingir. O ‘pai’ desta ideia foi o Paulo Bernardino, um antigo quadro superior da PJ e meu colega”, refere Teófilo.
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